sábado, 13 de junho de 2009


"Fomos rever o poste
O mesmo poste de quando a gente brincava de pique e de esconder
Agora ele estava verdinho!
O corpo recoberto de limo e borboletas.
Eu quis filmar o abandono do poste.
O seu estar parado
o seu não ter voz
O seu não ter sequer mãos para se pronunciar com as mãos.
Penso que a natureza o adotara em árvore
Porque eu bem cheguei de ouvir de arrulos de passarinhos
que um dia teriam cantado entre as suas folhas.
Tentei transcrever para a flauta a ternura dos arrulos.
mas o mato era mudo.
Agora o poste se inclina para o chão com alguém
que procurasse o chão para o repouso
Tivemos saudades de nós"

Nenhum comentário:

Postar um comentário